Sempre evitei me manifestar sobre a Seleção Brasileira de Futebol.
Acontece que meu limite foi ultrapassado.
Como um time, um elenco de primeira grandeza pode ser formado com apenas um meia-armador (Kaká) e 03 volantes entre os titulares?
E o pior, com a necessidade de substituições, vai a campo mais um volante. Pelo menos ainda restou um sem jogar.
Gilberto Silva ?
Qual a qualidade que o coloca no "melhor time do mundo" ?
Felipe Melo ?
Mas vem cá, e o Ernanes, aquele do São Paulo ?
Ramires ?
Fica na reserva porque é "franzino" ?
Ver o Lucio comemorar com urros e socos no ar uma simples bola cortada pela linha de fundo "nas gatas" chega a dar vergonha. Como se fosse um gol !
Alexandre Pato ?
O que este menino já fez para merecer a seleção ?
Maicom ?
He he he .
Kleber ?
Pfffffff.
Antigamente um personagem cômico do Jô Soares repetia semanalmente a frase "bota ponta, Telê"
E agora, o que diria o personagem ?
Lembrar que nossos melhores selecionados tiveram como cérebros, Pelé, Sócrates, Zico, Falcão, Gerson, Rivelino e até mesmo o tal do Rivaldo, causa um desespero.
Afinal de contas, quem escolhe os jogadores a serem convocados ?
Quando temos laterais/alas, não temos goleiro.
Quando temos goleiro, não temos volantes que resolvem na ajuda à defesa. Sempre correm atrás da jogada, erram passes absurdos, se livram da bola e jogam o problema para o primeiro que se mexer por perto.
Lateral/ala que não acerta um cruzamento sequer, é o fim da picada.
Acho que as escolinhas de futebol estão matando o "jogo" brasileiro, se é que já não o fizeram irremediavelmente.
Só se vê gente "batendo de chapa" e "manobrando carreta" para se posicionar com a bola.
Ninguém mais cabeceia para o chão, pra cima da linha fatal.
Passes.
Ahh, os passes.
Nenhum no "ponto futuro" como queria o Claudio Coutinho, quando percebeu que esta pratica comum do passado estava se rareando.
A grande maioria, "de chapa" e para trás, fazendo com que o companheiro tenha que voltar 5 a 10 passos para "matar"a bola.
Trivela ?
Escanteios?
Invertidos, a bola chegando de frente para a defesa. Eitaaaa!!!!
Nada mais.
Frangos de granja, sim.
Plágios do Chester.
O nosso melhor jogador, o Kaká, não sabe driblar parado. Não pisa na bola e impõe respeito ao adversário. Ou vem em velocidade, em zigue-zague, ou já era.
Daí, quando vejo uns "Valdívias da vida" fazendo um chute falso, no ar, bem rente à bola, provocando uma, duas, três "bundadas" adversárias ( brasileiras) no chão, me desespero.
A malícia brasileira se foi.
Hoje nossos jogadores tremem ao ouvir falar no "Boca" e nos argentinos.
Mexicanos siscam na nossa área.
Não raro, apanhamos na bola e na pancada. Não nos respeitam mais.
Babamos, espumamos e damos uma "puxada de cabelos", uma cusparada, um pontapé que mais parece um outdoor...
...E vamos expulsos sob o riso malicioso do adversario. Mas saímos com pose de macho.
E a culpa é das escolinhas, onde os meninos entram e no dia seguinte colocam brincos, compram as melhores chuteiras, fazem penteados estravagantes e tatuagem.
Mas no pouco que resta da várzea, vejo talentos que chegam a emocionar, todavia, moleques baixinhos, desnutridos, descalços, desgrenhados e taxados de maldosos, de bandidos.
E perdem-se na idade pelo fato de que são dificeis de lapidar.
Mas futebol, malicia, traquejo, recurso e improviso eles têm, pois que entendem a personalidade e as vontades da bola, seja na terra batida, no barro ou no capim nativo.
Sabem como trata-la.
Não têm preparadores físicos, nutricionistas, dentistas, equipamentos, e apoio, mas por outro lado, estão livres de "professores" que pouco têm a ensinar e muito a "desensinar".
Liberdade, irresponsabilidade e precariedade.
Estes sempre foram os ingredientes principais do nosso jogo.
A maturidade e o senso de responsablidade vêm depois.
Mas acabaram com estas "dificuldades" e passaram a promover as coisas com glamour.
Acontece que na trombada, na dividida, na raça, no "se vira" e na necessidade não existe glamour.
Prevalecem as cicatrizes, o "antes eu do que você", o "aqui não, malandro", o ranger dos dentes.
Estamos fabricando brilhantes quando precisamos de pedra, garças quando precisamos de carcarás.
Já vi treinador apelar para que os atletas não fizessem a barba em vespera de jogo, à guisa de aparentar "macheza".
Asburdo.
É o fim.
Está morrendo o futebol brasileiro.
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