15 de junho de 2009

QUE SELEÇÃO, QUE FUTEBOL ??

Sempre evitei me manifestar sobre a Seleção Brasileira de Futebol.

Acontece que meu limite foi ultrapassado.

Como um time, um elenco de primeira grandeza pode ser formado com apenas um meia-armador (Kaká) e 03 volantes entre os titulares?

E o pior, com a necessidade de substituições, vai a campo mais um volante. Pelo menos ainda restou um sem jogar.

Gilberto Silva ?

Qual a qualidade que o coloca no "melhor time do mundo" ?

Felipe Melo ?

Mas vem cá, e o Ernanes, aquele do São Paulo ?

Ramires ?

Fica na reserva porque é "franzino" ?

Ver o Lucio comemorar com urros e socos no ar uma simples bola cortada pela linha de fundo "nas gatas" chega a dar vergonha. Como se fosse um gol !

Alexandre Pato ?

O que este menino já fez para merecer a seleção ?

Maicom ?

He he he .

Kleber ?

Pfffffff.

Antigamente um personagem cômico do Jô Soares repetia semanalmente a frase "bota ponta, Telê"

E agora, o que diria o personagem ?

Lembrar que nossos melhores selecionados tiveram como cérebros, Pelé, Sócrates, Zico, Falcão, Gerson, Rivelino e até mesmo o tal do Rivaldo, causa um desespero.

Afinal de contas, quem escolhe os jogadores a serem convocados ?

Quando temos laterais/alas, não temos goleiro.

Quando temos goleiro, não temos volantes que resolvem na ajuda à defesa. Sempre correm atrás da jogada, erram passes absurdos, se livram da bola e jogam o problema para o primeiro que se mexer por perto.

Lateral/ala que não acerta um cruzamento sequer, é o fim da picada.

Acho que as escolinhas de futebol estão matando o "jogo" brasileiro, se é que já não o fizeram irremediavelmente.

Só se vê gente "batendo de chapa" e "manobrando carreta" para se posicionar com a bola.

Ninguém mais cabeceia para o chão, pra cima da linha fatal.

Passes.

Ahh, os passes.

Nenhum no "ponto futuro" como queria o Claudio Coutinho, quando percebeu que esta pratica comum do passado estava se rareando.

A grande maioria, "de chapa" e para trás, fazendo com que o companheiro tenha que voltar 5 a 10 passos para "matar"a bola.

Trivela ?

Escanteios?

Invertidos, a bola chegando de frente para a defesa. Eitaaaa!!!!

Nada mais.

Frangos de granja, sim.

Plágios do Chester.

O nosso melhor jogador, o Kaká, não sabe driblar parado. Não pisa na bola e impõe respeito ao adversário. Ou vem em velocidade, em zigue-zague, ou já era.

Daí, quando vejo uns "Valdívias da vida" fazendo um chute falso, no ar, bem rente à bola, provocando uma, duas, três "bundadas" adversárias ( brasileiras) no chão, me desespero.

A malícia brasileira se foi.

Hoje nossos jogadores tremem ao ouvir falar no "Boca" e nos argentinos.

Mexicanos siscam na nossa área.

Não raro, apanhamos na bola e na pancada. Não nos respeitam mais.

Babamos, espumamos e damos uma "puxada de cabelos", uma cusparada, um pontapé que mais parece um outdoor...

...E vamos expulsos sob o riso malicioso do adversario. Mas saímos com pose de macho.

E a culpa é das escolinhas, onde os meninos entram e no dia seguinte colocam brincos, compram as melhores chuteiras, fazem penteados estravagantes e tatuagem.

Mas no pouco que resta da várzea, vejo talentos que chegam a emocionar, todavia, moleques baixinhos, desnutridos, descalços, desgrenhados e taxados de maldosos, de bandidos.

E perdem-se na idade pelo fato de que são dificeis de lapidar.

Mas futebol, malicia, traquejo, recurso e improviso eles têm, pois que entendem a personalidade e as vontades da bola, seja na terra batida, no barro ou no capim nativo.

Sabem como trata-la.

Não têm preparadores físicos, nutricionistas, dentistas, equipamentos, e apoio, mas por outro lado, estão livres de "professores" que pouco têm a ensinar e muito a "desensinar".

Liberdade, irresponsabilidade e precariedade.

Estes sempre foram os ingredientes principais do nosso jogo.

A maturidade e o senso de responsablidade vêm depois.

Mas acabaram com estas "dificuldades" e passaram a promover as coisas com glamour.

Acontece que na trombada, na dividida, na raça, no "se vira" e na necessidade não existe glamour.

Prevalecem as cicatrizes, o "antes eu do que você", o "aqui não, malandro", o ranger dos dentes.

Estamos fabricando brilhantes quando precisamos de pedra, garças quando precisamos de carcarás.

Já vi treinador apelar para que os atletas não fizessem a barba em vespera de jogo, à guisa de aparentar "macheza".

Asburdo.

É o fim.

Está morrendo o futebol brasileiro.



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