22 de junho de 2009

= CRIME AMBIENTAL - RIO AQUIDAUANA

Durante o ano de 2008 participei de várias pescarias, modalidade esportiva como sempre, no rio Aquidauana.
Todas muito bem suscedidas, exceto por um detalhe:
Constatei a mortandade de alguns especimes de piraputanga, pintado, pacu-peva e até mesmo piavuçu.
Isto aconteceu nos meses de temperatura mais baixa, junho a setembro.
Curioso e com certa apreensão, recolhi os exemplares para ver o que poderia ter causado sua morte, já que ainda estavam frescos, era no início da manhã.
Não verificando qualquer marca de malha, anzol, ou outro sinal de ferimento, eviscerei cada um, tendo em vista que estavam com seus abdomes bastante inchados.
Para minha surpresa, todos estavam "entupidos" de grãos de soja e milho.
Sem ter conhecimento técnico/cientfico adequado, porém, com base em muitos anos de observção, presumi que, devido ao baixo metabolismo dos peixes quando a temperatura da água está a menos de 20ºC, a fermentação do material ingerido foi a causa das mortes.
O mais estranho de todos foi o fato de que o pintado recolhido também havia consumido a soja, mas entendi que pela sua idade isto poderia ter ocorrido, o animal tinha aproximadamente 35 cm.
Após estas ocorrencias, passei a observar mais atentamente os locais de pesca, percebendo que virou uma febre nos ranchos de veraneio, chacaras, pesqueiros comerciais e até mesmo recantos de pescadores profissionais, a prática da ceva.
Ora, estão emporcalhando o rio Aquidauana, interferindo criminosamente no habito alimentar de várias especies, envenenando peixes e piorando a qualidade da água no que se refere a taxa de oxigenio.
Têm lugares em que não se pode respirar, tal o cheiro de podre dos gases emanados da decomposição dos produtos utilizados para a ceva.
Outro dia fui questionado por um ribeirinho, quando lancei minha isca ( artificial ) em determinado ponto proximo à margem do rio, pois o tal bradava que era PROIBIDO pescar na
"sua ceva".
O que é isto??
Onde o poder público não atua, alguns se apoderam do patrimonio de todos e impõem a sua propria Lei.
Tenho noticias de que o rio Teles Pires está repleto de cevas, que so se consegue capturar algum exemplar utilizando soja ou massa feita com sua farinha.
Ha muito sabemos que o rio Parana também é infestado deste tipo de pratica.
Que isto é crime ambiental não se discute.
Então, quero ver qual atitude a ser tomada pela Policia Ambiental e pelo Ministerio Publico do Meio Ambiente.
Há que se divulgar a proibição da ceva.
A quantidade é tão absurda, que faz mais estrago do que o derrame de esgoto residencial no leito do rio.
Volto a afirmar que a piscosidade do rio Aquidauana vem diminuindo, e este fato faz com que os pescadores, tanto amadores quanto profissionais, passem a adotar métodos cada vez mais agressivos para sustentar a sua demanda por pescado.
Os pesqueiros comerciais chegam a instalar no meio do rio, "maquinas de ceva" tocadas pela força da correnteza, liberando ininterruptamente os grãos de soja e de milho, com o objetivo de "segurar" os cardumes para seus clientes.
Só se fala de soja e de milho, em caroços ou farelo.
Outra coisa que caminha lado a lado com o crime aqui denunciado, são os "flutuantes" que todo e qualquer dono de rancho se dá o direito de plantar nas margens.
Cada "traquitana" mais engenhosa que a outra, a maioria com sacos de farelo e grãos para se atirar na agua.
Refestelam-se à guisa de sentir-se como celebridades na Ilha de Caras.
É farofice pura.
Vamos por ordem nas coisas.
Que sejam retirados os "trapiches" e proibida a ceva.
Se nada for feito, o rio Aquidauana irá se transformar num imenso angú, numa polenta ou num tofu gigante.
Olho vivo e respeito para com a natureza !


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